Capacitar e dar visibilidade aos blocos de matriz africana de Salvador é o principal objetivo do projeto Carnaval Ouro Negro, iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado, em parceria com o Sebrae, Instituto de Gestão das Águas e Climas (Inga) e as Secretarias de Promoção à Igualdade e de Turismo. A produção de um catálogo, ilustrado e em duas línguas (português e inglês), descrevendo 128 entidades mapeadas na capital baiana, constitui uma das ações.
O catálogo foi lançado na noite de terça (9), no Forte Santo Antônio Além do Carmo. A ideia da publicação complementa o objetivo do Carnaval Ouro Negro ao traçar o perfil de cada instituição, buscando atrair novos foliões e patrocinadores. Do número total, 120 recebem apoio direto do projeto, cujo investimento total, para 2010, é de R$ 4.960 milhões, distribuídos em valores que variam de R$ 15 mil a R$ 100 mil, a depender da entidade.
O Sebrae vai capacitar os blocos nas questões relativas à gestão cultural. Esta é a terceira edição do projeto, mas pela primeira vez o Sebrae está presente na iniciativa. Os gestores dos blocos afro aprovam a parceria. “Tem sido de extrema importância para nós, enquanto gestores das entidades, termos noções de empreendedorismo. Dessa forma, pudemos ampliar as ações e manter ativo o nosso trabalho”, afirma Lúcia da França, presidente do bloco infantil Ibeji.
O Ibeji atua com cerca de duas mil crianças carentes negras da Grande Salvador. De acordo com Lúcia, o objetivo é levar a alegria do Carnaval a crianças que têm o sonho de desfilar na avenida, mas não possuem recursos. “Nós desfilamos no circuito Osmar, até a Praça da Sé, domingo e terça-feira de Carnaval. Faço esse trabalho há 17 anos e sei que agora poderei continuar, com novos conhecimentos para aprimorar a gestão do bloco”, conclui a presidente.
Já Nadinho do Congo, presidente da Associação de Afoxés da Bahia e produtor do Afoxé Filhos do Congo, acredita que a parceria com o Sebrae é fundamental para os blocos afro. “Estamos concretizando um passo muito importante para nós. É uma forma de valorizar a nossa cultura e, ao mesmo tempo, ter uma visão ampliada, enquanto negócio e gerador de renda”, diz Nadinho. Leia mais aqui. (Foto: Flickr)
Fonte: ASN-Ba
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