Em audiência da Anvisa participantes reclamam de manipulação da indústria para atrair jovens
Participantes da audiência pública convocada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para discutir normas mais duras para a publicidade de produtos derivados do tabaco, reclamaram na terça-feira (6) do que chamaram de manipulação da indústria para atrair o segmento jovem da população.
No debate, muitos defenderam a saúde como direito de todos e como dever do Estado brasileiro, de acordo com esta matéria da Agência Brasil. Entre as ideias propostas pela Anvisa estão ampliar para 60% o espaço utilizado nos maços de cigarro para a veiculação de imagens de advertência, incluir mensagem de advertência voltada para o público jovem e proibir a fixação de cartazes promocionais do lado de fora de pontos de venda.
Para o representante da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Alberto Araújo, a aprovação das alterações será importante para gerar impacto no controle do tabagismo e regular os abusos na promoção de produtos derivados do tabaco entre os jovens.
SAÚDE PÚBLICA
Segundo a representante da Associação Brasileira de Álcool e Drogas, Ilana Pinsky, a consulta pública representa importante medida de saúde pública na prevenção ao tabagismo. Para ela, propagandas de produtos derivados do tabaco em padarias, bancas de revista e supermercados acabam estimulando o consumo por parte dos jovens.
“Existem evidências científicas de que o ponto de venda é um instrumento que pode representar a mesma importância de outros tipos de publicidade. Do ponto de vista da saúde pública, o tabaco não é um produto qualquer. O tabaco é inegavelmente um produto danoso à população”, alertou Ilana.
O representante da Organização Panamericana da Saúde (Opas), Armando Peruga, destacou que o Brasil dispõe de legislação antitabaco avançada, porém os estudos demonstram que as imagens e mensagens de advertência só protegem a saúde das pessoas se forem bastante abrangentes. “A indústria argumenta que o objetivo da embalagem é incentivar os fumantes a trocar de marca, mas isso, com todo o respeito, não é verdade. A publicidade sustenta o uso do tabaco como aceitável”. (Imagem: Blog Basta que Sejas Jovem)
COMENTÁRIO DA EDITORA DO BLOG
Quanto mais rígidas forem as medidas que reforcem o combate ao tabagismo melhor. Agora, ampliar para 60% o espaço utilizado nos maços de cigarro para veiculação de imagens de advertência pouco efeito terá. Fotos horríveis já são publicadas e quem é viciado não está nem aí. Abolir os fumódromos dos ambientes de trabalho, colocar o preço do cigarro nas 'alturas' e proibir a venda para menores de 18 anos talvez tenham maior impacto.
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