A solidariedade das estrelas - que brilham no cenário musical baiano e no Carnaval - em relação ao povo do Haiti, se existe de fato, não é do conhecimento público. Seis dias depois do terremoto que devastou o país e causou a morte de um número de pessoas até agora impreciso, a voz de Ivete Sangalo, Cláudia Leite, Bell Marques (Chiclete com Banana), Carlinhos Brown, Vovô do Ilê e de tantos outros ainda não fez ressonância concreta em benefício dos sobreviventes da tragédia.O Brasil institucionalmente, incluindo o Governo da Bahia, já entrou em campo na ajuda humanitária. O dever de socorrer dentro do possível é mesmo dos gestores públicos. Mas o que custa a quem fatura tanto, principalmente nesta época de festas pelo País, contribuir com dinheiro na corrente em favor do Haiti? O silêncio das estrelas é incompreensível. Se não querem tirar do próprio bolso, por que não realizar um grande show de solidariedade, com cachê zero e renda revertida à causa dos sem-nada que resistem após a catástrofe?
Enquanto as manifestações não surgem por iniciativa própria fica aí a sugestão. Os artistas baianos não só podem como devem ser solidários com a população do país que foi deixado nas cinzas e precisa ser reconstruído. As possíveis contribuições não vão empobrecer as estrelas, mas qualquer doação é vital para quem hoje não tem água, comida, assistência médica, segurança pública, acesso à educação, casa, dignidade... (Foto: Reporter Luciana Lima /Abr)
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