Quando dirige, cidadão esquece de se sentir no lugar de quem está a pé
O cidadão quando está ao volante não se lembra que, por natureza, ele é um pedestre. Em Salvador, ao que parece, muita gente esquece da empatia - o exercício de se sentir no lugar do outro - ao dirigir um veículo. Até nas faixas, onde a preferência é de quem está a pé, não se toca. Segue em frente mesmo em vias secundárias como a pista de acesso à Casa do Comércio, à Receita Federal e à Anatel, na Avenida Tancredo Neves.Na área do Shopping Center Iguatemi, a situação se repete de forma pior. A faixa que ficava bem em frente à entrada principal do centro comercial foi deslocada para o trecho próximo à passarela, com direito a sinaleira que demora para sinalizar o verde, indicando ao pedestre o momento de atravessar. Após a mudança, quem salta no ponto de ônibus, precisa andar até o semáforo para atravessar a via, depois retornar e enfim - ufa! - ter acesso ao shopping.
São dois exemplos, mas o problema pode ser observado em qualquer esquina da cidade: os motoristas desrespeitam os pedestres a todo instante na capital baiana. Eles ocupam as calçadas e invadem semáforos como se fossem os donos das vias públicas. Lamentavelmente, parece que em nenhum momentoprecisam atravessar uma via ou transitar pelos passeios.
A razão desse comportamento pode estar na falta de fiscalização por parte do poder público. Mas, pensando bem, é falta de educação mesmo, de desrespeito ao direito do outro e de incompreensão da essência do termo cidadania. Afinal, como ser cidadão se penso apenas em meu direito? Ora, bolas, qualquer cidadão também tem deveres.
Claro que o pedestre nem sempre está a atento ao seu dever de usar as passarelas em vias de grande movimento e de atravessar apenas nas faixas, quando esse for o caso. Mas no trânsito, quem anda a pé é indefeso diante da máquina e, por isso mesmo, merece ter preferência no trânsito perigoso das grandes cidades. (Foto: Flickr)
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