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domingo, 22 de julho de 2012

Bebês de mulheres submetidas à bariátrica podem ter problemas de saúde

Criança pode nascer com baixo peso e apresentar dificulade respiratória


Quem sofre de obesidade e deseja emagrecer antes de engravidar precisa se informar direito e fazer muita reflexão se optar pela cirurgia bariátrica. É que o feto pode sofrer as consequências de uma decisão como essa, segundo conclui estudo feito pela Secretaria de Estado da Saúde em parceria com a Universidade Católica de Santos.

A pesquisa divulgada pela Agência Brasil envolveu 35 mulheres entre 24 anos e 39 anos, que ficaram grávidas após o procedimento de redução de estômago. Conforme a pesquisa, 88,6% delas tiveram parto por cesárea, 50% dos bebês nasceram com baixo peso e 14% apresentaram problemas respiratórios ou pulmonares, infecções e até a necessidade de reanimação, logo após o nascimento.

Vulnerabilidade nutricional

Ainda de acordo com o estudo, a cirurgia bariátrica pode ter sido responsável pela maior vulnerabilidade nutricional das gestantes, o que pode ter provocado reflexos nos fetos, inclusive na amamentação. A pesquisa constatou que 74% das mulheres engravidaram após um ano da cirurgia e 28,5% em menos de um ano. Do total de entrevistadas, 68,6% amamentaram os filhos pelo período inferior a seis meses - 43% fizeram o aleitamento materno por apenas dois meses.
Conforme a pesquisadora e nutricionista da Divisão de Doenças Não Transmissíveis do Centro de Vigilância Epidemiológica da secretaria, África Isabel de la Cruz Perez, o que restringe a quantidade de alimento, que pode ser ingerido diariamente, é o desvio de algumas partes do intestino, onde os nutrientes são absorvidos.

Reprogramação fetal

“O cirurgião desvia o trajeto normal do alimento para não passar pelo duodeno. Por isso há um prejuízo grande da absorção. Ela come pouco e o que come não é absorvido. Assim vai passar a usar as reservas corporais que tem e, por isso, emagrece rápido", explica a nutricionista. Segundo ela, o procedimento é muito nocivo para a saúde. "Agora imagine isso para uma pessoa que está em idade fértil e vai gerar uma criança!", alerta.
A pesquisadora afirma que outras pesquisas já indicaram a possível influência da cirurgia bariátrica no nascimento prematuro e no baixo peso dos bebês. Existe também outra conseqüência como a reprogramação fetal. Nesse caso, o feto está num ambiente no qual percebe que há poucos nutrientes e interpreta isso como ambiente hostil. Assim, o feto se reprograma para acreditar que ao sair do meio uterino estará também em local com deficiência de nutrientes.

Obesidade é doença

Esta pesquisa é muito importante para que jovens obesas pensem duas vezes antes de recorrer à bariátrica, que não é o único caminho para necessita emagrecer muito. Importante nessa busca é ter consciência de que obesidade é uma doença séria e, como tal, deve ser encarada e tratada com orientação de profissionais de saúde - médico, nutricionista, psicólogo, educador físico, entre outros. 

Encarar o emagrecimento é um grande desafio sim. No entanto, isso é possível com a mudança de comportamento, que inclui prática de atividades físicas e hábitos alimentares saudáveis. Um primeiro e decisivo passo é abandonar a gordura (frituras de um modo geral e a que vem embutida em bolos e salgadinhos de todo tipo) e o excesso de sal. O sabor da comida vem dos temperos e não de sal, óleo ou manteiga. 

Refeição nutritiva

Obesos e familiares precisam compreender que frutas, leguminosas e verduras são mais baratas do que a carne, principalmente se adquiridos em bairros mais populares. Não estou afirmando para se abandonar o consumo de proteinas de origem animal, mas de enriquecer as refeições deixando-as saborosas e adequadas para quem deseja viver com mais saúde. 

É preciso desmitificar a história de que um prato nutritivo é caro. Uma dica é separar as compras e fazer a conta - de um lado, carne de boi, frango, peixe, óleo, farinha, arroz, feijao... de outro, frutas, verduras e legumes da época... Depois, diminuir a ingestão do que só faz engordar pelo que sacia a fome e também nutre.


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