quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Crônica da Semana / Carnaval
Empolgada com o clima festivo instalado pelos visitantes que vieram passar o Carnaval em Salvador, me arrisquei e um dia estive em Ondina. Num grande camarote, ao invés de sentir-me tranqüila para curtir a festa, cheguei à conclusão de que o espaço nada tinha a ver comigo.
Com exceção da segurança e dos sanitários limpos, o grande número de pessoas no mesmo lugar me lembrou o sufoco de seguir os trios no meio da rua. Pior: minha intenção de ver a multidão acompanhando no chão os ídolos que desfilavam confortáveis, em cima das gigantescas máquinas de som, acabou frustrada. Nada vi por mais que me esforçasse para aproximar dos improvisados “janelões”.
A decepção não parou por aí. Tudo estava muito caro. Uma garrafinha de água mineral, de 330 ml, custava R$ 3,00, mesmo preço de uma cerveja em lata tamanho padrão. Também não era possível saborear um espetinho com cinco pequeninos camarões grelhados por menos de R$ 4,00.
Resultado não gostei e resolvi retornar cedo pra casa sozinha mesmo. Andei quase toda a Avenida Ademar de Barros até consegui um táxi. Ufa! Livrei-me do sufoco de estar num camarote, onde o espaço ficou pequeno para tanta gente de fora da Bahia.
Depois de vivenciar o ambiente da folia baiana 2009 senti saudade das animadas festas da Avenida Sete e da Carlos Gomes, no tempo em que o Carnaval era mais tranqüilo e democrático. E melhor, sem a violência dos dias atuais.
Baianos dão sorte à escola Acadêmicos do Salgueiro
Ao que parece, o destaque da folia baiana no tema enredo “Tambor”, do carnavalesco Renato Lage, deu sorte à agremiação que há 16 anos não portava o título de campeã. A Salgueiro desfilou na segunda-feira.
Carlinhos Brow, criador da Timbalada, deu um show num carro alegórico que representou a “Caetanave”. Com a forma de uma nave espacial, esse trio animou a festa de Salvador, em 1973, celebrando o retorno do exílio de Caetano Veloso e Gilberto Gil. O Olodum também teve destaque no enredo da escola vencedora.
Em 2008 a Beija-Flor sagrou-se campeã com o enredo "Macapabá: Equinócio Solar, Viagens Fantásticas no Meio do Mundo". O tema deste ano foi "No Chuveiro da Alegria, Quem Banha o Corpo Lava a Alma na Folia!"
Chuva desperta Salvador no domingo de Carnaval
Salvador acordou no domingo de Carnaval com a chuva, que chega numa boa hora para amenizar o calor dos últimos dias. Mas não só isso. Também lava a cidade da sujeira e do cheiro de xixi espalhado pelos quatro cantos do palco da folia.
A temperatura estava oscilando pouco em fevereiro. Sempre próxima ou acima dos 30⁰, causava uma sensação térmica ainda maior. Era o prenúncio de que, para compensar, a chuva viria por aí.
Outro indício, creio eu, era o coral dos pássaros na manhã de sábado no Parque da Cidade. Enquanto andava, ouvia as vozes em tons agudo, grave e mediano orquestrados pela maestrina mãe natureza.
Ali o clima de festa era outro. As aves soltavam a voz no cenário bonito de frondosas mangueiras, jaqueiras, palmeiras, entre tantas outras árvores.
Algumas pessoas faziam cooper. E um casal passeava na trilha de 1.400m. A passos lentos, parava e contemplava esse pedaço verde da capital baiana que escapou da especulação imobiliária. (Escrito em 22/02/2009)
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Crônica da Semana / Mãos anônimas
A cena me motiva pensar no processo que se esconde por trás de cada construção. Da fase de projeto até tudo ser moldado e a obra ficar pronta, diversas pessoas soam e muito, porém a maioria figura apenas como operários.
As placas, por exemplo, não citam as mãos anônimas que, aos poucos, dão forma ao desenho do arquiteto, seguindo as instruções do engenheiro. Mãos de “José”, “ Pedro”, “ Joaquim” ou outros tantos. Desconhecidos. Simplesmente desconhecidos.
Na obra perto da minha casa, os operários imprimem o mesmo ritual todo dia, das 7h às 18h, com pequeno intervalo para o almoço. Com chuva ou sol, lá estão eles trabalhando. Batem martelos, cortam e ajustam o tamanho das barras de ferro usadas para erguer colunas, assentam tijolos, fazem o reboco.
Em qualquer obra, os operários cuidam da parte pesada da edificação. Das instalações hidráulicas e elétricas. Depois começa a etapa do acabamento. E quem se dedica a isso também? As mesmas mãos anônimas. Elas pincelam e distribuem as cores pela parede, colocam azulejo, rodapé, sanca. Torna real, concreto, o prédio imaginado na prancheta de arquitetura.
Por último, os trabalhadores instalam a placa batizando mais um prédio na cidade. Não assinam a nova obra, mas deixam o registro de suas impressões digitais em cada canto da construção. Sinais das mãos desconhecidas que moldam as construções. (Foto: Regis Capibaribe)
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Museu de Ciência e Tecnologia é reinaugurado após reforma

Uma boa notícia no universo da educação e cultura de Salvador: o Museu de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual da Bahia (foto de Manu Dias/Agecom), foi reinaugurado nesta terça, quando completou 30 anos, depois de passar por reforma. O museu foi criado em 1979 pelo ex-governador Roberto Santos e se tornou na época uma referência na América Latina.
Além de mudanças na estrutura física, o museu foi apresenta algumas novidades: ampliação do acervo; aquisição de novos equipamentos, como um simulador de terremoto e um modelo de demonstração de vulcão; e a recuperação das esculturas do artista Mário Cravo e o novo auditório professor Roberto Santos.
Quase tudo no museu pode ser manuseado pelos visitantes. Eles contam ainda com o auxilio de monitores - todos estudantes universitários - que explicam os mais variados mecanismos de funcionamento das peças expostas.
Veja como aproveitar o feriadão longe do Carnaval de rua
Se não quiser ficar confinado entre quatro paredes, outra opção é exercitar o corpo numa longa caminhada nos calçadões da orla ou em algum parque. O cooper deve começar cedo para evitar o sol quente que traz danos à saúde. Portanto, nada de andar após as 10h. Também são obrigatórios o uso do protetor solar e a ingestão de água.
Quer outra opção saudável sem o desembolso necessário para sair em algum bloco carnavalesco? Faça uma viagem ao interior baiano. Compensa, e muito, aproveitar o feriado junto aos familiares de forma tranquila.
Se nada disso agradar, que tal ligar a TV e acompanhar os desfiles de escolas de samba de São Paulo ou Rio ou sintonizar os canais que transmitem a folia baiana? Assim, ao invés, de você sair em busca da folia, traga o clima da festa para dentro de casa.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Paralisação prejudica usuários de ônibus intermunicipais
Reivindicar a manutenção do emprego, principalmente no momento em que o País sofre os efeitos da crise econômica mundial, é um direito dos motoristas. Mas não se justificam os transtornos causados aos usuários impedidos de viajar, inclusive muitos trabalhadores que exercem atividades fora da capital.
Cerca de 200 ônibus ficaram parados na rodoviária. A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) calcula que quatro mil passageiros deixaram de embarcar.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Índice de reajuste da aposentadoria decepciona
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Cadê o metrô de Salvador?
Na década de 70 a capital do estado de São Paulo ganhava sua primeira linha de metrô. No final da mesma década, entrou em operação o sistema metroviário do Rio de Janeiro. Em março de 1985 Recife inaugurava a linha Centro 1. No ano seguinte, o metrô de Belo Horizonte também já era uma realidade. Como se vê, das maiores capitais brasileiras, apenas Salvador ainda não conduz nos trilhos parte dos usuários do transporte público.
O projeto original do metrô consistia de um trecho de 12 km ligando a Lapa a Pirajá com oito estações. Curioso é que a extensão foi reduzida para 6 km (Estação da Lapa/Rótula do Abacaxi) e, mesmo assim, a obra parece inacabável. Por conta desse atraso, diariamente os pontos de ônibus ficam repletos de manhã e no começo da noite. É o movimento entre a casa e o local de trabalho, que exige muita paciência das pessoas que aguardam coletivos geralmente superlotados.
Entra governo e sai governo enquanto o morador da capital continua sonhando em um dia ver o metrô, finalmente, circulando. Quando as obras foram iniciadas, Fernando Henrique era o presidente do País. César Borges governava a Bahia, e Antônio Imbassahy era o prefeito. Na sequência, Lula assumiu o posto de presidente. Paulo Souto e Jaques Wagner foram eleitos governadores. E João Henrique substituiu Imbassahy. Os atores da cena política mudaram. Só não mudou a cena urbana que retrata o transporte de massa da capital baiana.