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sexta-feira, 19 de junho de 2009

"Morte" do diploma de jornalista / Parte 2

Decisão do STF pode gerar anarquia no mundo do trabalho

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a extinção do diploma de jornalista leva a algumas indagações. A atividade dos advogados, dos arquitetos, dos engenheiros, dos geólogos e de tantos outros profissionais deve ser exclusiva deles? O que os "sábios" integrantes dessa instância jurídica acham do "rábula" ocupar o espaço do portador do diploma de Bacharel em Direito? Para quem não sabe, o "rábula" era alguém que atuava na advocacia sem ter formação específica para isso.


O Supremo abriu um precedente arriscado que pode dar espaço para a anarquia no mundo do trabalho. Agora qualquer pessoa pode se achar no direito de atuar profissionalmente onde bem entender. E não duvido da possibilidade disso gerar ações judiciais. Por exemplo, se o Jornalismo não exige técnicas especificas, quais técnicas tem o Direito? Sem um olhar atencioso, que faltou aos oito ministros que votaram contra o diploma dos jornalistas, poderia se afirmar que basta estudar as normas e colocar um Código sob o braço para exercer o papel dos profissionais da área.

Além de inoportuna, a "morte" do diploma do jornalista revela o jogo de interesses que se esconde nessa história. É interessante como as grandes corporações do segmento aplaudem o STF. Claro que não poderia ser de outra forma. O Tribunal preferiu ignorar a situação de uma categoria importante - profissionais e estudantes em busca do diploma - para decidir favoravelmente ao pedido dos empresários.

O futuro dirá se os "sábios" acertaram, mas desconfio. Pela primeira vez em muitos anos, ouço vozes de jornalistas de um lado a outro do Brasil lamentando a infeliz decisão do STF. Pode ser que nasça uma mobilização fortalecendo a classe que andava meio dispersa nos rincões do País. Ontem (dia 18) li um comentário no portal Comunique-se, onde um profissional já falava numa possível criação da Associação dos Jornalistas Diplomados. Este pode ser um caminho.

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