Quando a história é do outro a gente não tem a noção do susto. Na manhã da sexta (2) vivenciei a angústia de receber um telefonema de bandidos, que passam trote fingindo ser alguém da família - suposta vítima de acidente, de assalto ou de sequestro.
Às 8h30 atendi uma ligação a cobrar, não identificada, achando ser alguém do interior baiano por onde se espalham muitos dos meus parentes. Engano. Do outro lado da linha, uma voz desesperada me fez associar à possibilidade de uma tragédia envolvendo pessoa da família.
Minutos depois, em meio ao choro e suposto medo, a voz dizia estar em poder de bandidos. Foi a conta. O desespero tomou conta de mim. E meu pensamento se voltou para meu sobrinho e afilhado que se encontra fora da Bahia fazendo um treinamento. Pior. Na angústia, acreditei que era ele mesmo pedindo socorro.
Passei, então, a repetir seu nome, o que não é recomendável nessas situações. Comecei a perguntar: "O que houve? Onde você está?" A essa altura eu gritava de medo. Minha sobrinha - irmã da suposta vítima - veio correndo e pegou o telefone.
Só nesse momento um pouco de lucidez e eu disse: "Pode ser trote". Tremendo e apavorada, ela pegou o telefone e ouviu a ligação, confiante na hipótese de trote. Ainda assim, o bandido afirmava ser meu afilhado. Minha sobrinha continuou escutando por alguns minutos e falou: "Isso é trote". Depois desligou.
Logo em seguida discou o celular do irmão, que imediatamente atendeu. Respiramos aliviadas. Ainda assim foi difícil acreditar na voz dele. Foi preciso repetir: "Estou bem. Tá tudo bem. Nada aconteceu. Sou eu, minha tia!!!".
Tive a certeza do maldito trote, mas ficou a indignação quanto a essa prática horrorosa de bandidos. Espalham o pavor, às vezes, de dentro dos presídios, onde muitos marginais continuam dispondo de celulares graças ao precário sistema de segurança.
Creio que as companhias telefônicas tem condições de desenvolver um sistema para bloquear ligações a cobrar quando não for identificado o número de origem. Talvez ajudasse a impedir este tipo de ação criminosa.
As autoridades, encarregadas da segurança dos cidadãos, devem ser mais firmes para conter o uso de celulares pelos prisioneiros. E os parlamentares precisam pensar, seriamente, na reforma do Código Penal para que os autores de crimes sejam punidos de forma mais severa.
Quer saber: bandido de toda ordem tem que penar na cadeia. Prisão perpétua para latrocidas, assassinos, traficantes, estupradores e cia. De preferência, trabalhando duro. De sol a sol, ao contrário de hoje, quando os cidadãos de bem sustentam esses marginais via pagamento de impostos.
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