Há mais jovens, entre 15 e 24 anos, morrendo por causas violentas na Bahia e Pernambuco (Nordeste) do que em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Sudeste). A conclusão é da antropóloga Alba Zaluar, especialista em violência urbana, que participa do 33º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs).
A antropóloga e os colegas do Instituto de Medicina Social, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), analisaram uma série de estatísticas do Ministério da Saúde e do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eles confirmaram a prevalência de mortes violentas entre homens (independente de raça/cor). Os jovens mais vulneráveis são os que tem a mãe com pouca escolaridade.
Zaluar também fez entrevistas e estudos qualitativos (etnográficos) que aumentaram a percepção sobre o problema da violência, conforme registra a Agência Brasil em matéria do repórter Gilberto Costa. Nos estudos percebeu, por exemplo, a necessidade de ensinar as mães a lidar com a violência dos filhos. Elas ficam desesperadas, não sabem o que fazer, diz a antropóloga.
Para a especialista, é fundamental mudar a atuação da polícia e das outras forças de segurança. “A PM [Polícia Militar] deveria passar a ter a função que tinha antes da ditadura militar. Ela só era acionada em caso de distúrbio urbano, mas não para fazer o policiamento ostensivo. Não é para estar na cidade o tempo inteiro e ser a referência primeira de polícia que o cidadão tem.” Leia mais aqui.
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