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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Domingos Leonelli rebate críticas de Paulo Souto

Secretário de Turismo divulga nota em resposta ao comentário sobre fechamento do Centro de Convenções da Bahia

De novo o atual governo recorre à Assessoria de Comunicação Social (Ascom) para responder críticas de Paulo Souto. Um procedimento, no mínimo equivocado, uma vez que o espaço adequado é a Assembléia Legislativa, via deputados da base de sustentação da gestão Jaques Wagner, pois não se pode esquecer o real foco do bate-boca: a "guerra" política entre governo e oposição.

Em setembro último, o secretário de Relações Institucionais do Estado, Rui Costa, recorreu ao mesmo instrumento para rebater o ex-governador. Desta vez, é o secretário de Turismo, Domingos Leonelli Neto, que distribui nota à imprensa contrariado por conta dos comentários de Souto sobre o fechamento do Centro de Convenções da Bahia a partir de dezembro.

Segundo registra o blog Bahia Já, o ex-governador disse que "fechar o Centro de Convenções desta maneira intempestiva é a cara do governo do PT, que não planeja, não pensa em estrutura e acaba recorrendo sempre à improvisação". Ainda, de acordo com o blog, o presidente do Democratas entende que "a atual administração não soube dar continuidade ao trabalho de manutenção preventiva que havia no CCB no governo passado e agora tomou uma decisão sem transparência que prejudica milhares de baianos."

Leia a íntegra da nota de Domingos Leonelli:

"O ex-governador Paulo Souto, além de laborar em equívoco, está desqualificando sua própria crítica ao governo, quando atribui a interrupção das atividades no Centro de Convenções como falta de planejamento. Ao contrário do que afirmou o ex-governador, esta ação resulta sim de um planejamento baseado em laudo técnico elaborado por empresa especializada.

Ele confunde manutenção com intervenção estrutural. Como manutenção, entende-se que é o procedimento normal de serviços de rotina, serviços estes realizados de forma cotidiana tanto pelo governo dele quanto pelo atual como pintura, substituição de peças, entre outros.

O que o Governo do Estado da Bahia vai realizar, a partir do dia 6 de dezembro, é a substituição total da cobertura do prédio, a fim de garantir a segurança dos trabalhadores e dos turistas que, aos milhares, freqüentam o CCB nos congressos e eventos captados pelo Salvador Convention Bureau, Bahiatursa e outras instituições públicas e privadas.

Vale lembrar também que a Bahia, que é primeiro lugar na preferência dos turistas brasileiros, é o terceiro principal destino do turismo de negócios no Brasil, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro, e, por isso precisa ter um equipamento, em sua capital, em condições de receber esses eventos com segurança e conforto.

Com relação às formaturas, todos os pré-contratos assinados pelas empresas que organizam esse tipo de evento possuem a clausula de suspensão, desde que seja comunicado com a antecedência de 60 dias, o que foi feito corretamente pela Bahiatursa.

O ex-governador volta a desqualificar sua própria crítica, quando escorrega pelo terreno da má fé, comparando a suspensão prévia e preventiva destes eventos, com a “reforma de escolas” durante o ano letivo. Todos nós sabemos que as realizações dos eventos na Bahia não são sazonais e que ocorrem o ano inteiro, ao contrário dos estabelecimentos de ensino que têm férias regulares no meio do ano e durante o verão.

O ex-chefe do Executivo baiano também sabe, ou deveria saber, que o diagnóstico técnico da situação do CCB foi realizado antes do que ele chamou de vergonhoso episódio que deixou os secretários de Estado presos por 40 minutos em um dos elevadores do prédio.

E ainda: ele desconhece os atos do seu próprio governo ao falar dos R$ 16 milhões dispendidos pelo estado durante a sua administração, o que corresponde a R$ 4 milhões/ano. Aliás, nesse período, o equipamento possuía despesas de R$ 7,5 milhões contra uma receita de R$ 3,5 milhões.

O que nós fizemos foi reduzir esse déficit, sem prejudicar a manutenção, aumentando a receita e reduzindo as despesas.

Com relação às reformas e reparos, este ano já aplicamos R$ 4 milhões em reformas estruturais e vamos aplicar mais R$ 10 milhões até abril de 2010, numa intervenção mais ampla.

Mas já que Paulo Souto utilizou a expressão “vergonhosa”, gostaríamos de afirmar que vergonhosos mesmo eram os contratos de concessão estabelecidos com a empresa Predial para administração dos Centros de Convenções de Ilhéus e Porto Seguro. Ao invés de pagar o aluguel ao governo estadual, a empresa recebia R$ 200 mil/mês do locador, o que representava um dispêndio de R$ 4,8 milhões/ano com os dois contratos.

Atualmente, com o mesmo quantitativo de pessoal, de equipamentos de manutenção, entre outras despesas, o custo mensal para cada equipamento é de R$ 80 mil, valor que não chega à metade do que era pago.

Finalmente, gostaríamos de esclarecer aos baianos e ao ex-governador que o Turismo da Bahia está longe de perder o protagonismo no Nordeste. Muito pelo contrário, a Bahia é o destino preferido da maioria dos brasileiros, desbancando gigantes como São Paulo e Rio de Janeiro e com o dobro dos números apresentados por Pernambuco, estado nordestino mais bem colocado depois da Boa Terra.

Ainda nesse quesito, gostaríamos de informar que a Bahia segue líder na atração de estrangeiros na região. Somente os visitantes desembarcados diretamente no Estado em 2008 somaram 180 mil, o que representa a soma dos estados de Ceará e Rio Grande do Norte, segundo e terceiro colocados neste ranking. (Fotos: site do CCB e Flickr)

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