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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Mãe Stella é Doutora Honoris Causa da Uneb

Título foi conferido em homenagem à ialorixá que se dedica à preservação da cultura afro
Maria Stella de Azevedo Santos, a Mãe Stella de Oxóssi, 84 anos, agora é Doutora Honoris Causa da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). O título foi conferido em solenidade nesta quinta (10), no Campus 1 da instituição, em homenagem a uma das grandes lideranças religiosas baianas, como ressalta o governador Jaques Wagner.

“São mais de 70 anos dedicando a vida ao candomblé e à preservação da cultura afro no nosso Estado", lembra Wagner. Já O reitor da Uneb, Lourisvaldo Valentim, destaca que a ialorixá construiu um legado cultural muito importante para a sociedade e por isso merece ser homenageada.

Mãe Stella ficou lisonjeada pela lembrança de seu nome e pelo reconhecimento ao trabalho desenvolvido por ela. “É bom saber que nosso trabalho é reconhecido. Essa luta pela preservação dos costumes tem que ir em frente. E homenagens como essa nos motivam a continuar nesse caminho”, afirma.

A ialorixá teve o nome sugerido pela consultora técnica do Programa de Pós-graduação em Estudo de Linguagens da universidade, Ieda Pessoa. A proposta foi formalizada no Conselho Superior Universitário da Uneb pelo diretor do Departamento de Ciências Humanas do Campus 1, Egnaldo Pellegrino.

Sacerdotisa do candomblé

Maria Stella nasceu em Salvador, em 2 de maio de 1925, e se tornou ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá em 11 de junho de 1976, passando a ser a quinta sacerdotisa do candomblé de São Gonçalo do Retiro. E é respeitada no Brasil, onde realiza palestras e participa de seminários sobre a cultura afrodescendente. Em 2001, ganhou o Prêmio Estadão, na condição de fomentadora de cultura.

Graduada pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (Ufba), com especialização em Saúde Pública, exerceu a profissão por mais de 30 anos como funcionária pública do Estado. Ela também se destacou por ter sido a primeira ialorixá de um terreiro tradicional a combater o sincretismo religioso com a Igreja Católica.

Em 1980, fundou o primeiro museu de um terreiro de candomblé: o Ohun Lailai. Também é presidente emérita do Instituto Alaiandê Xirê, do qual foi fundadora. E detentora da comenda Maria Quitéria, da prefeitura de Salvador, da Ordem do Cavaleiro, do governo estadual, e de comenda do Ministério da Cultura. (Foto: Manu Dias/Agecom)

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