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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Salvador tem participação tímida no Dia Mundial Sem Carro

Ação motiva reflexão sobre importância do transporte de massa para melhor trânsito nas cidades
Salvador participa de forma bem tímida da mobilização do Dia Mundial Sem Carro nesta terça (22). Desde cedo ativistas do Greenpeace tentam chamar atenção para o uso racional de carro e a necessidade de conter a liberação de gases que contribuem para o aquecimento global. Eles estão no Terminal da França, no Comércio (Cidade Baixa), onde ocupam dez vagas destinadas a carros. A ação batizada de "Vagas Vivas" tem o propósito de incetivar o uso do transporte coletivo, bicicleta (foto) e outro meio de locomoção que não seja o carro.

É louvável a intenção do Greenpeace, mas para melhor efeito da campanha, cidades como a capital baiana precisariam de melhor sistema de transporte de massa, o que não acontece. As obras do metrô, por exemplo, se arrastam há quase dez anos. Para agravar o problema, os ônibus são poucos e a qualidade do serviço é precária. Com isso, maior número de carros circula - gerando congestionamentos - e impede mais adesão dos moradores ao apelo para utilizar menos seus automóveis.

Nesse contexto, vale recomentar a leitura da matéria Congestionamentos: a culpa não é dos pobres da Istoé, edição 2010. Publicada em 14 de maio de 2008, a revista discute os problemas no trânsito no Brasil e em outros países. A geóloga escocesa Shona Grant, especialista no assunto, foi a entrevistada. Ela esteve no País para debater o tema, a convite do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.

Shona considera simplista pensar que as ruas estão enchendo de veículos só porque os pobres estão conseguindo comprá-los. "São pessoas que ganham pouco. Se tivessem à disposição um sistema eficiente e barato para levá-las de casa para o trabalho, certamente não usariam seus carros, assim como os ricos", argumenta a especialista.

De acordo com ela, algumas cidades conseguiram proporcionar maior mobilidade no trânsito. A especialista cita Cingapura e Tóquio que têm sistemas bem desenvolvidos, baseados principalmente em trens e em metrô, e as pessoas não precisam percorrer grandes distâncias para acessá-los. Ela sugere que "integrar diversas formas de transporte público é a melhor maneira de mover muitas pessoas de um ponto a outro".

Na Europa, segundo Shona, "algumas cidades criaram um sistema em que a população dos subúrbios vai de carro até as linhas de transporte, deixa o veículo em um estacionamento e dali segue de trem ou de metrô para o centro. Outras, como Londres, adotaram o pagamento de uma taxa para circular de carro pela área central. São medidas que ajudaram a reduzir os engarrafamentos". As dicas da geológa escocesa devem ser levadas em conta quando se pensa num trânsito melhor nas metrópoles.

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